TRISTEZA NO OLHAR
O seu sorriso tenta disfarçar
Alguém que a fez infeliz.
Você não precisa negar,
É o seu olhar que diz.
Confessam os seus olhos tristes
Que você sorri para não chorar.
Quanta mágoa no seu peito existe,
Daquele que não lhe quis amar.
Por que você não chora?
Para esquecer esta ilusão?
Há outro que lhe adora
Com todo coração.
Deixa esta lágrima sair,
Serei o primeiro a enxugar,
Depois, continue a sorrir
Sem tristeza no olhar.
J Vieira
sexta-feira, 24 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
SORRINDO DA PRÓPRIA DESGRAÇA
Quando achamos graça
Do pobre infeliz que chora,
Poderíamos dar, de graça,
Migalhas de sorriso
Que nos implora.
Quanta graça sem graça
Que vemos pelo mundo afora,
De gente triste que passa,
Fingindo que não chora.
E esta vontade de chorar sorrindo
É sorriso triste e sem graça,
De quem do mundo vai sumindo,
Sorrindo da própria desgraça.
J Vieira
Quando achamos graça
Do pobre infeliz que chora,
Poderíamos dar, de graça,
Migalhas de sorriso
Que nos implora.
Quanta graça sem graça
Que vemos pelo mundo afora,
De gente triste que passa,
Fingindo que não chora.
E esta vontade de chorar sorrindo
É sorriso triste e sem graça,
De quem do mundo vai sumindo,
Sorrindo da própria desgraça.
J Vieira
domingo, 29 de maio de 2011
FASE TORTA
Quem começa com a vida torta,
Não desentorta nunca.
Veja um amigo:
Queria nascer num berço de ouro
E nasceu num berço de taquara.
Queria viver num lar
E passou a infância ao relento.
Para sair da sarjeta, teve que enfrentar
A fortaleza dos ventos.
Para ser marmiteiro, antes enfrentou
A vida de engraxate.
Para ser escriturário, teve que ser
Office-boy.
Queria ser doutor e acabou
Sendo poeta.
Digo um amigo: pois,
Não quero que saibam,
Que este amigo sou eu.
J Vieira
Quem começa com a vida torta,
Não desentorta nunca.
Veja um amigo:
Queria nascer num berço de ouro
E nasceu num berço de taquara.
Queria viver num lar
E passou a infância ao relento.
Para sair da sarjeta, teve que enfrentar
A fortaleza dos ventos.
Para ser marmiteiro, antes enfrentou
A vida de engraxate.
Para ser escriturário, teve que ser
Office-boy.
Queria ser doutor e acabou
Sendo poeta.
Digo um amigo: pois,
Não quero que saibam,
Que este amigo sou eu.
J Vieira
domingo, 8 de maio de 2011
SÚPLICA DE UM ÉBRIO
Bem que você podia voltar.
Podia me perdoar.
É tão chato ficar triste!
Nunca gostei de tristeza.
Se você voltasse, eu não seria mais cachaceiro.
Não seria mais farrista,
Seria até artista para lhe contentar.
Se você voltasse
E esquecesse essa idéia de desquite,
Eu deixaria de ser biriteiro e lhe comprova
No décimo terceiro, um vestido chique.
Se eu tivesse você de novo,
Enfeitaria este barraco com rosas de toda cor,
Tomava um banho de perfume para você me beijar
Com amor.
Se você voltasse correndo,
Iria ter tudo com um novo teor.
Aquele bafo de cachaça,
Eu trocaria por amor.
J Vieira
Bem que você podia voltar.
Podia me perdoar.
É tão chato ficar triste!
Nunca gostei de tristeza.
Se você voltasse, eu não seria mais cachaceiro.
Não seria mais farrista,
Seria até artista para lhe contentar.
Se você voltasse
E esquecesse essa idéia de desquite,
Eu deixaria de ser biriteiro e lhe comprova
No décimo terceiro, um vestido chique.
Se eu tivesse você de novo,
Enfeitaria este barraco com rosas de toda cor,
Tomava um banho de perfume para você me beijar
Com amor.
Se você voltasse correndo,
Iria ter tudo com um novo teor.
Aquele bafo de cachaça,
Eu trocaria por amor.
J Vieira
quarta-feira, 30 de março de 2011
IDEAL PRIMITIVO
Eu não queria estar agregado nesta sociedade metálica.
Andar metalicamente.
Queria estar capinando a terra,
Deitar no pasto e sentir o vento puro, que cada dia,
Eu me afasto
Não queria ter este rosto envidraçado,
As lágrimas estagnadas num tubo químico.
Queria que as minhas lágrimas caíssem na relva
E engravidasse este mundo com partículas de amor.
Não queria ler este jornal de assassinatos e corrupções.
Não queria estar no asfalto,
O meu desejo era pisar no chão.
Mas esta ruptura que divide a vida
Nega-me o desejo primitivo.
Eu queria, mas não posso.
Mesmo que pudesse,
Já não vale mais a pena.
A roça de hoje não tem gosto de fruta,
Tem gosto de coca-cola.
J Vieira
Eu não queria estar agregado nesta sociedade metálica.
Andar metalicamente.
Queria estar capinando a terra,
Deitar no pasto e sentir o vento puro, que cada dia,
Eu me afasto
Não queria ter este rosto envidraçado,
As lágrimas estagnadas num tubo químico.
Queria que as minhas lágrimas caíssem na relva
E engravidasse este mundo com partículas de amor.
Não queria ler este jornal de assassinatos e corrupções.
Não queria estar no asfalto,
O meu desejo era pisar no chão.
Mas esta ruptura que divide a vida
Nega-me o desejo primitivo.
Eu queria, mas não posso.
Mesmo que pudesse,
Já não vale mais a pena.
A roça de hoje não tem gosto de fruta,
Tem gosto de coca-cola.
J Vieira
sexta-feira, 18 de março de 2011
TEMOR
Temo diante da pergunta sem resposta,
Da proposta feita de costas
Que a vida me faz.
Temo este mal envolvido,
Este bem esquecido.
Esta paz no meio da violência,
O desespero da paciência.
Temo este amargo gosto,
Este pecado imposto
Que o mundo me impõe.
Temo esta festa de lágrimas,
Esta roupa encardida.
Este carnaval de feridas,
Que me fere ainda mais
J Vieira
Temo diante da pergunta sem resposta,
Da proposta feita de costas
Que a vida me faz.
Temo este mal envolvido,
Este bem esquecido.
Esta paz no meio da violência,
O desespero da paciência.
Temo este amargo gosto,
Este pecado imposto
Que o mundo me impõe.
Temo esta festa de lágrimas,
Esta roupa encardida.
Este carnaval de feridas,
Que me fere ainda mais
J Vieira
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
RENÚNCIA
Este muro que divide a consciência,
Este significado que não significa.
Este vômito, esta gula...
Esta verdade que não fica,
Este egoísmo que estrangula
E me interroga em cada minuto,
Em cada segundo.
Este sorriso que recua,
Esta dor vulgar...
Este gesto que se insinua
E me deixa mudo.
E é este mal profundo,
Esta renúncia que me faz renunciar.
J. Vieira
Este muro que divide a consciência,
Este significado que não significa.
Este vômito, esta gula...
Esta verdade que não fica,
Este egoísmo que estrangula
E me interroga em cada minuto,
Em cada segundo.
Este sorriso que recua,
Esta dor vulgar...
Este gesto que se insinua
E me deixa mudo.
E é este mal profundo,
Esta renúncia que me faz renunciar.
J. Vieira
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